sábado

Queres?



para o Tozá

Aqueceu, desfê-la ferindo-a com os dedos, misturou com um pouco de tabaco, fez um filtro com as orelhas do box e enrolou.
- Porque devoras o chocolate? - perguntou Amir.
- Refrear o mundo não será motivo suficiente, Amir?
- Mas eras tu quem insistia na maleabilidade do mundo, na sua intrínseca mobilidade, na inevitabilidade da luta…
- Estar vivo e permanecer é uma luta, Amir, mas, em certa medida, podemos escolher os adversários. Como podemos trabalhar a diferença entre a taça erguida e o cenho carregado.
- Estás mudado.
- Não, Amir. Os velhos não deixam de brigar, mas o modo de se baterem tem de mudar - não é apenas a crença na vitória que se torna débil num velho, é a própria diferença entre tragédia e comédia que se esbate.
- Queres?

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