Um dia, passaria pouco das dez, tratava o lobo grande e mau de mastigar um folhado de galinha e beber o seu primeiro café com cheirinho, quando inesperada a silhueta de uma menina se desenhou bem na sua frente. A menina, vestindo um casaquinho vermelho de capuz, fitou-o, arrancou da cestinha que levava um cartaz e, sem quaisquer rodeios, tratou de lho exibir, bem à frente das lentes. - Este é o lobo grande e mau, disse. - Tu és o lobo grande e mau? O lobo não queria acreditar, mas por mais que se beliscasse e abrisse e fechasse os olhos negros aumentados pelas lentes, só ganhara uma dor no braço. A menina do capuchinho, essa, firme como um pequeno penedo permanecia especada à sua frente, inquiridora. A inocência perguntava pelo talho, admirou-se o lobo e já salivando apressou-se a responder que não, que não era ele, mas que sabia onde ele morava, que a podia lá levar, que podia ser agorinha mesmo, assim ela estivesse a tal disposta. A menina do capuchinho fitava-o. Que podia ser agora mesmo, repetia o lobo. Mas não havia qualquer expressão no seu pequeno rosto de menina. Que não, continuava o lobo, então não se estava a ver que ele até era pequeno? E o lobo grande e mau não usa óculos, usa? perguntava o lobo exibindo a armação. Mas que sabia onde morava, que a podia levar lá, repetia. O rosto da menina de casaquinho vermelho de capuz permanecia sem expressão, os olhos opacos, fixos nos do lobo.
Quando o lobo fez menção de se levantar tudo se precipitou. A menina esperava isso porque estava ali para isso, abriu o casaquinho vermelho de capuz e num impulso que a impeliu para trás como se estivesse prestes a fugir, contendo-se num último gesto, detonou o cinto de explosivos. O estrondo foi de tal ordem que abalou a casa dos sete cabritinhos.
esta é uma das melhores versões que já li!
ResponderEliminarboa, macaquinho!