quarta-feira

Esperemos que aconteça alguma coisa


- Aconteceu alguma coisa?
- Acontecem sempre coisas em demasia, Sr..
- Pergunto se aconteceu ‘alguma coisa’.
- … não, basicamente é a continuidade dos processos de erosão. Não aconteceu nada de colossal. Eventualmente, uma guerra ou duas. Nada de importância. Usam-nas como acções de manutenção e catarse comercial. Coisas que afectam os territórios históricos.
- Nada mais?
- Bombas nas fronteiras, mais alguns milhares de desempregados, pequenas revoltas, muros à volta de estados, coisas assim. Tudo em território...
- Histórico, com certeza. E o meu tamarindo?
- Brotou, Sr., e já abriu três raminhos, 12 pares de folíolos oblongos por ramo. Um tamarindo neste clima! O Senhor me perdoe se o Sr. não tem dedo verde!
- Não deixa de ser cómico. Deves lembrar-te como perseguia o velho jardineiro.
- Empunhava o Sr. ainda o bibe!
- Mas a mamã quis que não fosse assim.
- Tinha a senhora sua mãe uma grande visão!
- Não, via já muito mal então, coitada. Sabes que sim. Alguém foi lá pôr flores, recentemente?
- Eu próprio.
- Bem.
- Mais alguma coisa, Sr.?
- Não, por agora, não. Esperemos que aconteça alguma coisa.

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