domingo

Providência



Bim conheceu Lim que conhecia Tim e, sem nada saber de especial, deu de repente consigo.
Era um daqueles encontros milagrosos em que ninguém espera encontrar ninguém e toda a gente se encontra. Lim almoçava com Tim. Uma coisa puxa a outra, lá estava Bim, recém encontrado, a conhecer um casal que, sem que então pudesse imaginar como, iria concorrer para o seu relativo desafogo económico.
Tudo começava com um curso de canto na Cornualha. Pim e Dim decifravam, o ar da Cornualha era procurado para certos cursos de especialização de voz. Bim pensa que sim que o ar da Cornualha deve ser interessantíssimo e põe-se a imaginar o que será um ar interessante, e que isso se coadunava com os ventos da Cornualha.
Antes Bim calcorreara L., rasgando porta sim, porta sim, perguntando por trabalho. Trabalhara num bi., de que fugiu ao segundo dia sem receber. Numa ph. em H.. No pp., em LS.. Fizera de ac., algo que só podia existir em L., depois de oc. e de dp.. - Agora, iria ser hd.. Sorriu. Há quanto tempo estava ele em L.? - Há só quatro meses?
- A Dim deixou as suas à Vim. Queres ficar com as minhas por uns meses? - Porque não? - pensou Bim. Começaria na semana seguinte. Fez, sobre o mapa de L., um mapa de onde iria estar entre duas e quatro horas, todos os dias, durante as semanas seguintes.
Apresentado aos instrumentos de profissão, Bim revela-se um estimado operacional. Aprende rápido. Torna-se exímio em descobrir o par perdido de qualquer tipo de sapato, mesmo quando se ocultaram na gaveta de baixo de um velho frigorifico. Ouve livros gravados de James e da Stein enquanto passa as camisas brancas. De hora a hora fuma um Ducados.
Uma noite, uma noite em que Bim por não pregar olho descobria que todas as coisas em L. haviam sido edificadas para sua reflexão, chegava-lhe a notícia que iria mudar o que até aí tinha como o seu eterno presente. Pim morria. Bim petrificou. Pim fora colhido pelo vento nas falésias da Cornualha. Em termos imediatos, ele herdara do Pim. Sim. Alguém que conhecera há duas semanas e que resolvera entretanto morrer.
Entrou, o letreiro dizia: escola de cabeleireiros. Bim sentou-se onde o mandaram. Apenas ficou surpreendido quando lhe perguntaram como queria o corte. Julgara que ser de borla implicava algum modo de sujeição aos aprendizes.
Nessa noite, Bim foi jantar fora sozinho e pediu o tinto mais caro.

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