Nos últimos tempos, compreensivelmente, a senhora Pertes procedera como se todo o seu afecto se tivesse exaurido com o filho. Quando estava junto do marido, a sua dor calava, mesmo se o Sr. Pertes, o nariz enfronhado no jornal, apenas parecesse ignorá-la.
Naquela noite, o Sr. Pertes, que tinha negócios em Marselha, propôs-lhe irem ver o mar, mas a senhora Pertes não quis deixar o filho abandonado. O Sr. Pertes tinha dois bilhetes por cortesia da empresa, mas não insistiu. Que a mãe quisesse permanecer perto do filho não era mais do que a atitude certa, não fosse, no caso, ele ter morrido há já quase três anos. Na lápide, depois do nome e das datas, treze anos mediando as datas, apenas uma cruz despida e Deixa Saudade.
Não havia nenhuma razão para lhe lembrar algo que ela nunca esquecia. Como não havia qualquer motivo para deixar de ir a Marselha. A senhora Pertes, de qualquer modo, permaneceria perto do filho, uma atitude que estava longe de ser a certa ou mesmo a errada vista do mar.
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